Beleza e Saúde

Quando saúde é colocada de lado em razão da estética

PMMA não deve ser usado com finalidade estética, alerta especialista. As consequências são irreversíveis

O PMMA (polimetilmetacrilato), ou bioplastia, como é popularmente conhecido, voltou a causar dores de cabeça entre os profissionais da cirurgia plástica. Recentemente, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) publicou nota reiterando, mais uma vez, os perigos de utilizar a substância para fins estéticos.

Muito usado no preenchimento dos glúteos, coxas, bíceps, peitoral e até na correção de rugas, o composto é uma substância acrílica que pode ocasionar complicações precoces e tardias irreversíveis. “A formação de nódulos, massas e processos infecciosos e inflamatórios estão entre as lesões que podem ser provocadas pela aplicação irregular do PMMA. Dentre as complicações mais graves estão cegueira, embolia, necrose e até mesmo óbito”, alerta o médico cirurgião plástico Marcelo Prado.

O especialista explica que esse composto gruda nos tecidos, sendo muito difícil identificá-lo no organismo. “As cirurgias de remoção do PMMA são muito complexas, com chance de lesão de nervos e vasos sanguíneos muito grande. Por isso, poucos profissionais fazem esse procedimento, pois trata-se de uma cirurgia que exige muito cuidado”, esclarece.

Marcelo Prado alerta ainda para as propagandas enganosas, prometendo falsos resultados com baixo custo ao utilizar o polimetilmetacrilato. Apesar dos dados não serem recentes, um levantamento do censo de 2017 da SBCP inclui dados sobre as sequelas dos implantes com PMMA devido ao aumento no número de complicações. Em 2016, foram realizadas 4.432 cirurgias plásticas para corrigir imperfeições decorrentes da aplicação da substância, de um total de 664.809 operações reparadoras. O barato que sai caro

O PMMA pode ser aplicado por meio de microcânulas com anestesia local, custando menos que outros produtos absorvíveis. “No entanto, possui remoção praticamente impossível, uma vez que é permanente. A má aplicação e reações alérgicas podem causar diversas deformidades e consequências para a vida toda”, adverte Marcelo para o perigo.

“Cada dia mais chegam no meu consultório pessoas que fizeram a aplicação do polimetilmetacrilato e tiveram complicações. É realmente alarmante. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) são entidades sem fins lucrativos, com fim acadêmico e elas não recomendam o uso. É importante se atentar a isso e não cair nas enganações”, completa Marcelo Prado.

Existem relatos recentes de pacientes com nódulos, manchas na pele, dor, e o pior, insuficiência renal, hipercalcemia e doença renal crônica devido a injeções de polimetilmetacrilato para fins estéticos.

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